A SÉRIE BOTECOS DO EDU
edição número 41 - newsletter Buteco do Edu
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BOTECOS DO EDU, O RETORNO
Foi em 2016, portanto há 9 anos, que dois malucos - Bruno Laet e Pedro Nicoll - me procuraram com a idéia de criarmos um canal no YouTube, Botecos do Edu, eles que chegaram até mim por conta do blog que eu mantinha à época, o Buteco do Edu.
Não impus qualquer resistência e fiz apenas uma exigência aos meninos: que não me dirigissem. Eu topava, desde que ele fossem discretos com as câmeras nas mãos, e assim fizemos a primeira filmagem (no Bode Cheiroso) que deu origem ao teaser (aqui).
De lá pra cá foram, até o momento, vinte e três vídeos.
À certa altura os dois tiveram de largar a idéia de mão mas logo pintou outro maluco, da Jatobá Filmes, e aconteceram novos filmes.
Outros dois abnegados - Felipe, de Ponta Grossa (PR) e Humberto Hermeto, de Belo Horizonte (MG) - agitaram, por sua conta e risco, filmagens nas duas cidades, e que renderam lindos filmes (aqui e aqui).
Fato é que a última filmagem, a última edição, o último filme, é de 2021.
Pois na semana passada retomamos a idéia e filmamos tendo Moacyr Luz como convidado especial, Fabi Alvim e Luiz Antônio Simas participando também.
Foi uma manhã, uma tarde, uma noite incrível e tenho absoluta certeza de que vai render um episódio fora-de-série.
Ao menos dois, dois vinte e três filmes, trazem imagens de bares que já não existem mais, destruídos pela sanha da modernidade: morreram o legendário Bar da Dona Maria e o icônico Café e Bar Almara. Ambos podem ser vistos aqui e aqui, respectivamente.
Essa newsletter é um panfleto contendo um pedido que é também uma dica: assine o canal Botecos do Edu.
Às favas, a modéstia: diante da quantidade inacreditável de filmes-lixo mostrando bares e botequins com narradores e narradoras com vozes modorrentas e textos-clichês escritos por crianças do primeiro ano do ensino fundamenal, a série Botecos do Edu é, mesmo, um tesouro.
Clica aqui, assina lá pra vocês não perderem o tanto de coisa boa que vem por aí.
DAS PRATELEIRAS DO BUTECO DO EDU
A pedidos, repito o texto Canja de galinha, a receita, de 18/12/2008, que foi publicado originariamente aqui. O republico não apenas por por conta do frio que tem assolado o Rio - sim, frio. Há muitos anos que faço essa canja e ela é, às favas a modéstia, a canja preferida de quem já a provou. Dá trabalho mas vale muito a pena. Eis a receita:
“Façam uma idéia do orgulho que senti quando, colheres postas nos pratos, ouvi mamãe dizer:
– Foi a melhor canja de galinha que já comi na vida…
E como se não bastasse, vovó, do alto de seus 84 anos, anuiu:
– Eu também!
Diante de duas confissões tão pungentes decidi dividir com vocês, meus poucos mas fiéis leitores, como venho fazendo com alguma regularidade, a receita de mais esse prato, esse clássico que é a canja de galinha. E vou lhes contar como foi, timtim por timtim.
Liguei ontem cedo (eu preparei, à noite, uma canja de galinha em homenagem à memória de minha bisavó, mãe de vovó e vó de mamãe, desde 17 de dezembro de 1982 noutras plagas) pra Casa Ribeiro Aves, na rua do Matoso (leiam sobre ela aqui), telefone 2273-0896. Pedi ao Márcio (seguramente um dos mais grossos comerciantes de que se tem notícia, salve a Tijuca!) duas galinhas vermelhas devidamente abatidas e limpas. Paguei R$ 30,00 pelas aves, que me foram entregues em menos de meia hora, devidamente cortadas, com a carcaça, com os pés, com as ovas e tudo o mais. E fui às compras. Eis, tomem nota, o que usei (éramos cinco)…
Para o caldo, usei as carcaças e os pés das galinhas, muito bem lavadas com limão e vinagre, 1 cebola inteira com casca, 5 dentes de alho inteiros com casca, 1 tomate inteiro com casca, 2 talos de aipo, 1 caule de alho-poró, 5 folhas de louro fresco, talhos e folhas de um molho de salsinha, sal a gosto (pouco), pimenta-do-reino preta moída na hora, 3 litros d´água e azeite extra-virgem para regar.
Para a canja propriamente dita, os pedaços das galinhas (valendo usar os fígados, os corações, as moelas…), 4 colheres de sopa de azeite extra-virgem, 1 cebola picada em cubos, 2 dentes de alho picados em cubos, 2 talos de aipo em cubos, 1 caule de alho-poró também em cubos, 5 galhos de tomilho fresco, 1 xícara de arroz, 1 tomate sem casca e sem semente cortado em cubos, 2 cenouras raladas grosseiramente, azeite extea-virgem para regar, salsinha e cebolinha picadas grosseiramente, sal a gosto e, para pôr no final, talos de cebolinha cortados na transversal e deixados de molho na água com gelo.
Como diria minha cunhada, monte a praça antes de qualquer coisa…
Antes de mais nada, prepare o caldo… Ponha todos os ingredientes em um caldeirão, cubra com a água e regue, de leve, com o azeite. Leve ao fogo e deixe ferver por meia hora, 40 minutos. Depois, passe pelo chinois (aguardo sua esculhambação, Luiz Antonio Simas), passe tudo para uma panela e deixe ferver um bocado para reduzir o caldo e concentrar, ainda mais, os temperos (esqueça, para sempre, caldos industrializados em cubinhos!). Feito isso, reserve.
É hora de se preocupar com a canja!
Numa panela grande de fundo bem grosso, aqueça o azeite e refogue a cebola e o alho. Pouco depois, junto o aipo, o alho-poró e o tomilho. Sirva-se de uma dose de Red Label e aproveite o perfume, agudíssimo, do refogado. Refogue mais um pouco com fogo médio e ponha, aos poucos, os pedaços de galinha na panela. Logo depois, quando a galinha ameaçar ganhar cor, ponha o arroz.
Despejo o caldo imediatamente em seguida. Prove do sal e, se necessário, faça o ajuste conforme seu gosto.
Deixe fervendo em fogo médio…
Quando o arroz estiver cozido adicione ao caldo, pela ordem, o tomate em cubos, as cenouras, a salsinha, a cebolinha e note que a cor vai tomar conta da panela – sirva-se da segunda dose em homenagem a esse espetáculo.
Deixe levantar fervura por uns 5 minutos.
Desligue o fogo.
Com um pegador, pesque cada um dos pedaços de galinha e retire-os da panela. Numa tábua, corte a carne desprezado os ossos. Volte a carne, com alguns pedaços desfiados, para a panela.
Deixe ferver por mais uns 5, 10 minutos e, pouco antes de desligar o fogo (próximo passo!), ponha com cuidado sobre o caldo as ovas da galinha… gema pura, uma delícia!
Desligue o fogo.
Sobre o caldo, coloque as tiras de cebolinha que, cortadas na transversal, ganharão a aparência de um spaghetti verde (as tiras ficarão naturalmente encaracoladas, vejam na fotografia!).
Regue com azeite extra-virgem e sirva!
À mesa, tenha pão francês fatiado para acompanhar a canja.
Para acompanhar a canja e o pão, um vinho tinto que ninguém é de ferro.
Um prato fundo, de preferência egresso de louças de família, e bom apetite!
Até.”
LIVROS (A HORA DA JABALÂNDIA)
Publiquei poucas coisas até hoje.
Mas publiquei.
Meu lar é o botequim, que está esgotado*, foi o primeiro (mentira, tenho vergonha do primeiro e por isso eu o omito), lançado em dezembro de 2005. Pode ser comprado só em sebos (aqui) - tenho apenas um exemplar novo em folha e que estou aqui pensando como posso sortear.
De hoje não passa, escrito a quatro mãos (uma troca de cartas) com Julio Bernardo (aqui).
E Tijucanismos, aqui.
Uma ou outra coletânea… e olhe lá.
Vamos a um spoiler: lançarei, ainda em 2025, pela Editora Mórula, Meu lar é o botequim, edição de 20 anos. Revisto, reescrito, mas com o mesmo espírito que norteou o lançamento em dezembro de 2005.
UMA DICA DE PLAYLIST
Quero indicar a vocês, meus poucos mas fiéis leitores, uma das playlists que montei no Spotify - Rio de Janeiro - que já conta com 218 seguidores, 58 músicas, 3 horas e 30 minutos de som.
Ela será permanentemente incrementada (e eu aceito sugestões que podem ser enviadas por e-mail!).
Ela está aqui ou, se preferir, ouça já! - abaixo.
A referida playlist deve ser ouvida no modo aleatório e, repito, está longe de estar definitivamente pronta. Assim como eu.
Até.
Podemos continuar o papo (e você pode saber mais sobre mim, nessa exposição permanente que são as ~redes sociais~) no Twitter | no Instagram | ou no YouTube
Dúvidas, sugestões, críticas? É só responder esse e-mail ou escrever para edugoldenberg@gmail.com
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