Meu filho faz 4 anos na próxima terça-feira - e eu estou com 53.
Na terça-feira meu filho vai nascer de novo porque eu me conheço e sei que sentirei e viverei as emoções da manhã, da tarde e da noite do 31 de maio de 2018.
Na terça-feira eu direi de novo, de mim para mim, diante do espelho, que foi bom ser pai quase aos 50 (fiz 50 antes dele fazer 1).
Não tenho mais pressa de quase nada - por isso tenho uma considerável capacidade de acompanhá-lo com atenção e por isso não sou dos que repetem oh, como passa rápido. Não passa. Passa no tempo que o tempo passa. Os que têm olhos de ver e ouvidos de ouvir não têm essa sensação-clichê de que oh, como passa rápido.
Meu filho faz 4 anos na próxima terça-feira mas hoje, sábado, 28 de junho, faremos a festinha pela qual ele tanto anseia. Ele e nós, eu e Morena.
A pandemia nos privou da festinha de 2 e de 3 anos - fizemos em casa, um troço depressivo que escamoteávamos no melhor estilo a-vida-é-bela.
E ainda bem que fizemos a de 1 ano (foto acima) a despeito dos inúmeros conselhos (que não pedimos) como ai-ele-nem-vai-aproveitar, ai-essa-festa-é-pra-vocês-né? e outros bichos.
Já sei que vou chorar às escâncaras hoje à tarde - sou desses, um incorrigível, e isso se torna mais freqüente com o passar dos anos. Acho, sinceramente, que choro ao menos uma vez ao dia desde que Leonel nasceu. É um assombro a cada dia. Uma fala que me comove, um movimento de corpo novo, uma palavra inédita, o expressar de uma emoção, um abraço, as declarações de amor que ele faz dia após dia.
Não tenho mais pressa de quase nada mas sou um homem que sente saudade.
Muita saudade.
Um homem acumulado de saudade.
BOSCO E BLANC
Na última quarta-feira fomos à Barra da Tijuca, eu e Morena, pra vermos um show do João Bosco. Saí de casa já com saudade.
A saudade que eu sinto do Aldir é brutal, é mastodôntica, é sensorial. Sinto falta do telefone que tocava todos os dias, sinto falta de ouvir sua voz - que eu imito em busca de aplacar a saudade - e de ouvir suas queixas e seus conselhos.
Leonel fará 4 anos na próxima terça-feira e vou lembrar, uma vez mais, que Aldir não o conheceu pessoalmente - só através de fotos que ele me pedia com freqüência.
Quando João começou a passar o som eu já sentia Aldir pairando sobre nós, asas abertas sobre o palco.
Chorei diversas vezes ao longo do espetáculo - que foi, de fato, um espetáculo e que juntou no palco além do João, é claro, Hamilton de Holanda, Jorge Aragão, Moacyr Luz, Xande de Pilares e Zeca Pagodinho.
Chorei de emoção ouvindo João, chorei de saudade do Aldir, lembrei-me, é claro, de Leonel.
OS MEUS QUE JÁ SE FORAM
Sei que hoje à tarde - sou assim, repito, um incorrigível - sentirei saudade dos meus que já se foram e que, muitos deles, quase todos eles, não conheceram Leonel.
Porque deles falo pro meu filho nas conversas que temos desde que ele era um bebê.
De minha bisavó, sua tataravó, de minha avó, sua bisavó, dos meus amigos mais velhos com quem tantas vezes conversei sobre o filho que eu queria ter: Fausto Wolff, Marco Aurélio, Aldir Blanc, meus amigos que morreram de um instante pro outro e que me deixaram uma saudade indizível, Fábio Matos, Fernando Toledo, gente que eu gostaria de ver com meu piá no colo.
E uma saudade que, sei de antemão, quase-me-matará: a saudade de Beth Carvalho.
Porque lá estará, na festinha do meu piá, a Mia.
Mia que é filha do Pedro e da Luana - que é filha da Beth.
Meu filho e Mia se amam.
Meu filho e a neta da minha amada amiga, minha saudosa amiga.
Haja coração.
NOI
A newsletter segue com a parceria com a Noi, a mais carioca das cervejas - a despeito de ter nascido em Niterói.
Já lhes fiz a confissão e a repito: eu e Simas usamos e abusamos do delivery da Noi durante o dificílimo ano de 2020 e em 2021.
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Até.
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