Permitam-me mais propaganda.
Dei início, na semana retrasada, a uma campanha em busca de angariar assinantes dispostos a pagar - um valor irrisório, faço questão de frisar - para ter acesso na íntegra à newsletter (que continua chegando inteiramente grátis todos os sábados, mas por pouco tempo, como essa que você agora lê).
Mas agora, às sextas-feiras, começou ontem, os assinantes pagos têm acesso a uma edição com textos, fotos, vídeos inéditos - ficou bem bacana a edição de estréia (eu sei que não tem mais acento mas dele não abro mão, como não abro mão do trema).
Estamos falando de (para quem optar pela assinatura anual) um valor de R$ 4,12 (quatro reais e doze centavos) por cada texto publicado, levando-se em conta que publico quatro textos por mês e que a o valor da assinatura mensal é de R$ 16,50 (dezesseis reais e cinqüenta centavos).
A assinatura anual sai por R$ 198,00 (cento e noventa e oito reais), ou R$ 0,55 (cinqüenta e cinco centavos) por dia.
Não é nada, vai!
Recebo, a cada semana, um tanto de e-mails de gente que me lê, de gente que gosta do que lê, de gente que se emociona com o que lê, de gente que divide muitas coisas comigo por conta dessa proximidade que a relação entre quem escreve e quem lê gera - e que eu, por gostar desse movimento, alimento.
Os 3 primeiros, a partir do envio dessa edição, que optarem pela assinatura anual, ganharão uma edição de Tijucanismos autografada - o envio fica por minha conta (combinamos tudo por e-mail).
É só clicar aqui e optar pela assinatura mensal ou anual. Conto contigo.
20/40, HOJE
Chego hoje, sábado, 09 de março, à metade da trilha da Quaresma 2024.
Nossa, eu não sabia que você era religioso a esse ponto, gemem de assombro com freqüência diante de mim.
Não sou.
Gosto de ritos.
E o rito da Quaresma é lindíssimo.
Depois da festa da carne, o sacrifício.
A beleza que há na travessia desse mar amargo das privações.
A beleza da higidez das convicções diante das tentações - que são muitas.
A beleza desse calvário autoimposto que guarda curiosa semelhança com o calvário de quem atravessa a avenida carregando fantasias pesadíssimas em busca da redenção e da apoteose final.
Sou eu, atravessando imaginariamente o trajeto que liga Copacabana ao Bairro de Fátima.
Sou eu, me preparando para o abril que se anuncia.
Minha redenção e minha apoteose se darão no quadragésimo dia, 30 de março, não por acaso Sábado de Aleluia.
A um passo de abril.
E seja o que os deuses quiserem.
Vocês, que me lêem, que agüentem.
FOLHAS DE FIGO
Voltemos ao divã imaginário.
Continuo sonhado com folhas de figo e continuo sem entender o que quer dizer o sonho que tenho sonhado dormindo e acordado, quando invariavelmente me flagro assustado com as lembranças desses sonhos.
DAS PRATELEIRAS DO BUTECO DO EDU
Divido com vocês, hoje, texto que publiquei em dezembro de 2011, em homenagem a Kátia Barbosa - e olha que tem tempo que não a vejo. É que acordei hoje, sábado (escrevo hoje mesmo, sábado, 09/03/2024), com saudade do que não haverá amanhã, domingo. É que passamos meses (anos?), eu e Luiz Antonio Simas, organizando, na Tijuca, mais precisamente no Aconchego Carioca, as saudosas domingueiras - quando bebíamos das 08h às 18h, recebendo gente de tudo quando é canto da cidade. Hoje, na seção Das prateleiras do Buteco do Edu, blog que mantive ativo de março de 2004 a dezembro de 2020, republico Estrela de luz, texto publicado no dia 20 de dezembro de 2011, aqui.
“Vivi ontem uma segunda-feira atípica, e explico. Antes de explicar, porém, farei pequeno passeio pela memória e algumas digressões.
No domingo, anteontem, houve a última das já tradicionalíssimas domingueiras no jardim do Aconchego Carioca, bar comandado pelas mais fabulosas anfitriãs de que se tem notícia, Katia e Rosa. As domingueiras começaram a acontecer há muitos meses (já terá completado um ano?… não sei…) no jardim da mais-que-aprazível casa na esquina da Barão de Iguatemi com a Santa Filomena. Começou, disso bem me lembro, quando num desses domingos pós-feira decidi beber a primeira cerveja do dia com a Katia, e aqui faço um adendo: o Aconchego ainda ficava onde hoje funciona o Bar da Frente, hoje comandado pela Mariana, exatamente em frente ao Aconchego de agora (daí o nome, Bar da Frente, excepcional sacada). Bar ainda fechado, Katia lendo o jornal numa mesinha da varanda, e eu parei pra abrideira do domingo. E nunca mais parei de parar lá… O Aconchego cresceu, o bar ficou pequeno e elas foram obrigadas a atravessar a rua pra montar o bar na casa cor-de-rosa do outro lado da rua…
Pois no último domingo, quando dividi mesa com (em ordem alfabética para não ferir suscetibilidades) André Santoro, Breno Boechat, com a Candinha, com Cheval, com Edu Carvalho, Felipinho, Leo Boechat, Luiz Antonio Simas e seu Benjamin, e com a Manguaça (que agora é Manga), fui convidado para a festa de Natal dos funcionários do Aconchego (sou, faço a confissão, uma espécie de funcionário-extra do Aconchego, afinal venci o I Torneio Interbares de Purrinha do Rio de Janeiro e, mais que isso, sou sócio-atleta do bar desde priscas eras… tanto que tenho, na parede de casa, o primeiro cardápio do Aconchego…) que aconteceu ontem à noitinha.
E não é exatamente sobre a festa que quero lhes contar, é sobre a Katia (com a licença da dona Rosa!, porque quem mexeu comigo ontem foi, de fato, a Katita – na foto abaixo).
Houve um churrasco (comandado pelo Janildão, o Russo, irmão da Katia), muita cerveja, muita música e – eis sobre o que quero lhes falar – muita emoção (vou voltar a fazer breve digressão).
A história do Aconchego Carioca é, toda ela, costurada por muita emoção (e muito suor, diga-se). Sempre competentes, Katia e Rosa tocavam o bar, no pequenino imóvel da Barão de Iguatemi, com extrema competência e seriedade. Tinham, ali, uma clientela fixa e fiel, sabedora dos segredos e dos meneios culinários da Katita, à frente da cozinha da casa. Mas era uma clientela que cabia ali. Até que um dia (e o troço parece mesmo um conto de fada…) baixou no pedaço o chef francês, Claude Troisgros. Absolutamente encantado com o que viu (e com o que comeu, é claro), o Claude abriu portas até então inimagináveis… Veio a exposição na mídia, veio o reconhecimento, veio o sucesso, o bar ficou pequeno (como já lhes disse…) e o Aconchego hoje é (re)conhecido no mundo inteiro como uma das melhores cozinhas do Brasil, olímpico orgulho da Tijuca (não, meus poucos mas fiéis leitores, não é exagero meu…). Voltemos a ontem.
À certa altura da festa houve o amigo oculto dos funcionários e, antes disso, um pequeno discurso (emocionadíssimo!) da Katita, que distribuiu presentes para todos os presentes. Eu, inclusive, permitam-me o exercício da vaidade, recebi um agradecimento público da generosa Katia que dirigiu-se a mim como “nosso padrinho”, um comovente exagero que quase me derrubou ali – o tal “é mentira mas é bonito”, frase de meu compadre Fernando Szegeri.
Eu disse generosa Katia e agora é que vou lhes contar o que quero desde o início: a Katia é daquelas que fazem da generosidade e da gratidão armas do dia-a-dia. Absolutamente ciente de que sua história de pleno sucesso deve-se, muito, à generosidade do homem que a apresentou ao mundo, jamais permitiu-se vestir a máscara da vaidade e da prepotência. Tem, a Katita, de modo viniciano, as mãos cheias de carinho e os olhos cheios de perdão. Montou, a bela mulher de olhos de amêndoa, uma senhora equipe para trabalhar no Aconchego, no salão (são os melhores garçons do mundo), na cozinha, na produção e nos bastidores. A Katia – e eu me desculpo com ela desde já pela exposição de seus gestos, que atestam a verdade do que digo… – jamais – jamais!, com ênfase szegeriana – deixou de estender a mão para cada um de seus funcionários, seja para o que for. É patroa e é mãe. É empregadora e é amiga. É dura da forma mais doce que jamais vi. Trata a todos, com carinho de loba diante de sua cria, como sua família (foi o que ela disse, durante o discurso, sem mentir). Mas vamos, mesmo – me perdoem ter sido tão extenso… – ao que quero lhes dizer.
A flagrei chorando, em certo momento, sentada no jardim. Cheguei-me a ela. Dos olhos embaçados brotavam, como rio com leito cheio, muitas lágrimas:
– O que foi, querida?
E ela, tão doce, enxugou os olhos e disse:
– É muita coisa bonita acontecendo, Edu…
Refez-se do choro e foi ao salão.
O DJ contratado fazia tocar vários sambas-de-enredo, até que veio um samba da Mocidade Independente de Padre Miguel: “Estrela de luz que me conduz, estrela que me faz sonhar… estrela de luz que me conduz, estrela que me faz sonhar…”.
A Katia, sambando no pé e olhando pro alto, mãos pra cima como se falasse com a estrela de luz, visivelmente grata por muita coisa bonita, mal sabia que era ela, ali, a própria estrela.
Até.”
LIVROS (A HORA DA JABALÂNDIA)
Publiquei poucas coisas até hoje.
Mas publiquei.
Meu lar é o botequim, que está esgotado, foi o primeiro (mentira, tenho vergonha do primeiro e por isso eu o omito). Pode ser comprado só em sebos (aqui) - tenho apenas um exemplar novo em folha e que estou aqui pensando como posso sortear.
De hoje não passa, escrito a quatro mãos (uma troca de cartas) com Julio Bernardo (aqui).
E Tijucanismos, aqui.
Uma ou outra coletânea… e olhe lá.
UMA DICA DE PLAYLIST
Quero indicar a vocês, meus pouco mas fiéis leitores, uma das playlists que montei no Spotify - Rio de Janeiro - que já conta com 158 seguidores.
Ela será permanentemente incrementada (e eu aceito sugestões que podem ser enviadas por e-mail!).
Ela está aqui ou, se preferir, ouça já! - abaixo.
A referida playlist deve ser ouvida no modo aleatório e, repito, está longe de estar definitivamente pronta. Assim como eu.
Até.
Podemos continuar o papo (e você pode saber mais sobre mim, nessa exposição permanente que são as ~redes sociais~) no Twitter | no Instagram | ou no YouTube
Dúvidas, sugestões, críticas? É só responder esse e-mail ou escrever para edugoldenberg@gmail.com
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