ENTÃO É NATAL
Natal é melancolia desde que minha bisavó morreu, em 17 de dezembro de 1982 - tinha eu só 13 anos de idade (é com ela que estou dançando num Natal passado na São Francisco Xavier 90, onde morávamos, não sei o ano em que foi tirada a fotografia). De lá pra cá, todas as noites de 24 de dezembro e todas as manhãs, tardes e noites do dia 25, são como palcos móveis nos quais transitam minhas saudades e minhas memórias de gostos, de cheiros e de visões que me dão febres e que me queimam ao longo dos dias de (ouçam o pigarro) festa. E também transitam meus fantasmas íntimos e particulares, que são muitos, bisavós, avós, tios e tias que não estão mais aqui. Mas que por estarem, fazem do Natal esse período de não-ter.
Leonel chegou em 2018 e, usina de alegria que ele é, acabou com a melancolia que reinava havia 36 anos.
Pra além dessa transformação, passei a ser a antítese do que planejava desde a adolescência quando batia no peito e dizia:
— Filho meu não vai acreditar em Papai Noel!
Hoje choro de esguichar vendo nosso maragatinho vibrar a cada aparição do Papai Noel. São as incríveis e surpreendentes as voltas que a vida dá.
Como é incrível e surpreendente o Papai Noel de camiseta de Celso Viáfora.
Tenham todos vocês, meus pouco mas fiéis leitores, um Feliz Natal.
Ainda em 2020, no dia 26 de dezembro, vocês receberão a última newsletter desse 2020 de não se esquecer.
Abaixo, MINHA TRIBO, que será coluna permanente no Buteco do Edu. Nela, como estufa de balcão, vou exibir os meus e as minhas que merecem, é como penso, a atenção de vocês que me lêem. Gente que ~produz conteúdo~ (peço desculpas), gente que faz valer a pena o tempo despendido vendo, ouvindo, lendo o que gente da minha tribo faz.
MINHA TRIBO
A primeira edição da MINHA TRIBO fala de Julio Bernardo (na foto abaixo, comigo, na Folha Seca, a livraria do meu coração), uma das mais doces figuras que já conheci embora sua fama aponte para o mais agudo oposto. Fama, diga-se, construída por conta da rascante franqueza e sua nenhuma predisposição pra agradar a quem quer que seja por conveniência.
Escrevemos juntos De hoje não passa, editado pela Mórula - comprem o livro aqui - e que registra uma troca de cartas nossas. Foi, faço a confissão pública, um prazer imenso trocar cartas com Julinho por longos meses, de agosto de 2017 a outubro de 2018.
Além desse livro, Julinho publicou Dias de feira, Edifício Tristeza e A mão que balança o copo.
Nosso encontro deu-se por intermédio de uma amiga em comum, Kátia Barbosa. Ela disse a ele, à certa altura:
— Você precisa conhecer o Julio Bernardo carioca, o Edu.
E pra mim:
— Você precisa conhecer o Edu paulista, o Julio Bernardo.
Kátia dizia “vocês são dois adoráveis escrotos, vão se dar bem”.
Fato é que nos conhecemos em São Paulo, exatamente no dia 24 de junho de 2010, depois Julinho veio ao Rio (mais precisamente pra Tijuca em viagem registrada aqui em seu antigo blog) e daí em diante fomos amalgamando a relação de afeto que nos une até hoje.
A foto abaixo é justamente registro desse 24/06/2010: Leo Boechat, Julio Bernardo, eu e José Szegeri.
É o cara que mais manja de comida e bebida que conheço. E de longe. Os melhores restaurantes a que já fui, os melhores pratos que comi, as melhores bebidas que bebi, tudo, rigorosamente tudo, deve-se a ele (e em algumas ocasiões foi com ele!).
Tem um canal no YouTube que é um estrondoso sucesso, contando hoje com mais de 215.000 assinantes, o Boteco do JB, aqui. Permitam-me a autopropaganda: Julinho bateu um papo comigo e com Luiz Antonio Simas no Bar Madrid pro seu canal. A parte 1 está aqui e a parte 2 aqui.
Seu novo blog pode ser lido aqui.
No Instagram, quase 63.000 pessoas acompanham o dia-a-dia do titã, aqui.
E o multifacetado ainda tem umas das playlists que mais gosto, chamada Sadness, no Spotify, que pode ser ouvida aqui. São mais de 900 músicas, quase 600 horas de extremo bom gosto.
Agora está dando cursos online de coquetelaria, é só acompanhar pelo canal no YouTube a abertura de novas turmas.
Pra além disso, Julinho é um gentleman. Um dos últimos.
Eu queria ter escrito mais.
Mas confesso que ainda estou me acostumando ao novo ~formato~.
Por isso reitero o pedido que fiz a vocês, meus poucos mas fiéis leitores, na semana passada.
Abusem do direito de intervenção e me contem o que é que vocês gostariam de ler e de ver por aqui.
Até!
Podemos continuar o papo (e você pode saber mais sobre mim, nessa exposição permanente que são as ~redes sociais~) no Twitter | no Instagram | ou no YouTube
Dúvidas, sugestões, críticas? É só responder esse e-mail ou escrever para edugoldenberg@gmail.com
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JB! Grande cronista paulistano!!