MEU LAR É O BOTEQUIM
Muita gente, e muito mais gente desde que comecei a publicar a newsletter depois de tanto tempo afastado do blog, me pergunta sobre Meu lar é o botequim, livro que lancei em 2005 pela Casa Jorge Editorial, editora de Niterói, livro que tornou-se realidade graças ao jornalista José Sérgio Rocha, leitor ferrenho do blog, que me apresentou à Márcia Silveira, a editora.
A edição foi um capricho só: capa do Lan, que me desenhou deitado diante de uma mesa cheia de bolachas de chope e de uma de suas mulatas - uma de suas marcas. A editora encomendou a obra e ficou com o original. Projeto gráfico de Adriana Moreno com supervisão de Victor Burton. Prefácio de Aldir Blanc, apresentação de Fausto Wolff, ilustrações de Pedro Toledo.
O livro foi lançado no Estephanio´s Bar, na esquina da rua dos Artistas com a Ribeiro Guimarães, numa noite de dezembro de 2005 e foi uma festa. A edição, de 2.000 exemplares, está esgotada e, dia desses, chegou às minhas mãos aquele que acredito ser o último exemplar virgem do livro.
Meu lar é o botequim é encontrado na Estante Virtual, usado, e está sendo vendido por valores entre 70 e 90 reais.
Como muita gente pergunta, muita gente quer, resolvi fazer uma rifa, que corre na próxima quarta-feira, sorteio da Loteria Federal. Você pode participar entrando aqui, no site da rifa virtual. Lá tem as instruções pra participar da rifa. E além dos meios de pagamento disponibilizados lá, você pode fazer um PIX direto pra mim e me comunicar pelo WhatsApp, o número tá lá no site.
A chave aleatória PIX (banco XP) é 1e9eb619-00ac-4b96-b8eb-f4241f86becd
A chave PIX (banco Santander) é 00225933730 ou edugoldenberg@gmail.com
No momento em que escrevo, restam 86 dezenas livres na rifa.
O livro segue pro vencedor dedicado e autografado.
Não havendo vencedor por conta da dezena sorteada no primeiro prêmio não ter sido comprada, vence o que tiver escolhido a primeira dezena subseqüente.
Corram lá!
BOTECOS DO EDU
Já que tô falando do Meu lar é o botequim, quero indicar de novo a vocês o canal Botecos do Edu, que mantenho no YouTube, aqui.
São pequenos filmes mostrando os botequins me falam à alma: no Rio, em Belo Horizonte (MG) e em Ponta Grossa (PR).
Tomara que vocês gostem. Eu, às favas a modéstia, gosto demais do que está lá.
MINHA AVÓ E UMA DELICATESSEN
Quando vovô morreu, pai de minha mãe, ainda no velório as amigas de minha avó gemiam sem preocupação de falar-baixo:
— Não vai durar nada, a Tidoca.
— Não vive sem o Milton!
— Não dou seis meses! - foi dura, uma colega de salão.
Fato é que vovó viveu seus melhores anos durante a viuvez (meu avô que me perdoe, de onde quer que ele esteja): abastada (vovô deixou polpuda pensão), saúde em dia, feliz com os netos que tinha (tinha três), vovó foi uma velhinha bastante feliz.
Lembro-me de seu muxôxo, chegando do cemitério:
— Milton me dava um salário mínimo por mês pra fazer minhas coisinhas… - disse fungando no lenço.
E seguiu:
— Nem sei quanto ele ganhava… como vou fazer daqui em diante? - perguntou com os olhos perdidos no horizonte imaginário.
Papai, prático, em menos de dois dias já tinha as informações. E foi efusivo, quando fez o anúncio diante da família:
— Dona Mathilde, seu Milton deixou a senhora bem! - e fez o gesto do polegar sendo afagado pelo indicador.
Prosseguiu:
— Pra mais de quarenta salários mínimos, dona Mathilde!
Vovó:
— E ele só me dava um?
Mamãe:
— Deixa o espírito dele em paz, mamãe.
Em apertada síntese: vovó não tinha como gastar aquele dinheiro.
Qualquer dia desses conto a vocês sobre as aventuras de dona Mathilde nadando em dinheiro. Hoje quero lhes contar sobre uma delicatessen.
Papai ficou incumbido de cuidar das contas de vovó. E ele era um homem possesso a cada fim de mês:
— Dona Mathilde, a senhora gastou toda sua pensão mais uma vez! Um dinheirão, dona Mathilde!
E ela:
— Ué! Quase 80 anos… vou guardar pra quê?
E era isso mesmo: vovó comprava presente pros netos toda semana, pagava almoços nababescos pras amigas de carteado, pras amigas do salão, pras amigas do centro espírita, ia ao teatro pagando o ingresso de quem convidava, andava de táxi o dia inteiro às vezes só pra conversar com os motoristas amigos, uma pródiga - papai dizia.
E gastava uma fortuna no Jiv´s, uma delicatessen que ficava na rua Uruguai, perto de sua casa.
— Dona Mathilde, o Jiv´s tá roubando a senhora! Olha o preço desse presunto Sadia, dona Mathilde! Nem se fosse de Parma! E esse queijo prato? Pra quê tanto damasco? - e ficava desfiando as notas fiscais milionárias que catava na cozinha de vovó.
E decretava sempre:
— Quando a senhora descansar, dona Mathilde (e batia na madeira), o Jiv´s vai falir!
Vovó ria.
Vovó morreu em dezembro de 2010.
O Jiv´s não chegou ao Carnaval de 2011.
Faliu.
Papai, brandindo a certidão de óbito de minha avó, passou meses repetindo a mesma frase, olhos pro alto, uma das mãos apontando pro céu:
— Não disse à senhora, dona Mathilde? Faliu. Fa-liu! - mastigava as sílabas.
TIJUCANISMOS
Como lhes contei na semana passada, Tijucanismos está sendo reimpresso pela segunda vez - o que, em apertada síntese, sem muito tecnicismo, poderia me fazer dizer que está indo pra terceira edição.
Tem sido mesmo uma festa receber sinais de todos os cantos de gente que já comprou, já leu, gostou, se emocionou, gente que tá recomendando e comprando o livro pra dar de presente.
Se você ainda não o fez, corre aqui, aqui ou aqui.
Só não compre na Amazon, essa predadora que destrói, sem cerimônia, pequenas editoras e pequenas livrarias.
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