COMIDA
Terminei semana passada prometendo a receita da lentilha carneada que faço - e que faz tremendo sucesso sempre que faço. Ocorre que, sim, não é à toa o tom de lamento que reside, mal disfarçado, nesse ocorre que, não fiz nenhuma foto da última lentilha que preparei para o último réveillon. E quem me acompanha sabe que receita minha vem sempre acompanhada das fotos que antecedem o preparo, as fotos do preparo, as fotos de depois.
Eu não publicaria, como de fato não vou publicar hoje, a receita da lentilha carneada sem as fotos que são uma das marcas das minhas receitas (a única foto que fiz é justamente a que ilustra o texto do dia 02/01/2020 e que pode ser lido aqui).
E eu publiquei 21 receitas no blog que mantive por mais de 17 anos - o blog pode ser xeretado aqui.
E, percebam, as receitas sempre foram, e ainda são, muitíssimo lidas no blog. Há, digo sem a modéstia que nunca foi muito de andar comigo, uma legião de fãs das receitas que publico. E se eu não tenho fotos da lentilha carneada pra ilustrar a receita que virá em breve (farei a lentilha e fotografarei o passo-a-passo), tenho esse print (abaixo) pra comprovar o que lhes digo sobre fãs.
Note que a pessoa - é evidente que não revelarei a identidade - tem eflúvios emocionais diante do texto da receita. A pessoa, vejam, delira com a forma como descrevo o passo-a-passo do zampone: a receita na íntegra está aqui.
E já que falei em delírio, passo pro próximo tópico.
É delírio o que sinto quando cozinho para os meus e para as minhas.
O BARREADO DE MORRETES
Foi no dia 30 de novembro de 2019 que fizemos, aqui na Maison Goldenberg & Piana, o VII Barreado de Morretes (foto abaixo, eu e Morena, e Mara - a avó da homenageada), esse em homenagem à Teresa, minha afilhada mais nova. De lá pra cá, por conta da pandemia, não houve mais o já tradicionalíssimo Barreado de Morretes que fazemos em casa, prato típico do litoral do Paraná, terra da Morena.
Foi em primeiro de dezembro de 2013 que fiz, por amor, o primeiro Barreado de Morretes (conto, aqui, a história desse barreado e dou minha receita). Éramos poucos, nesse dia, seis apenas. Era o primeiro, afinal.
Deu tão certo, tão certo, foi tão emocionante trazer o Paraná pra mais perto da Morena, que não paramos mais. Fizemos mais seis, casa sempre cheia - como a gente gosta e como a gente não pode mais, por enquanto.
É pensar no Barreado de Morretes e sou um homem em êxtase, delirando - eu e ela, diga-se. Eu e Morena levamos a seriíssimo, o evento. Pensamos nos nomes de quem virá, na trilha sonora, nas bebidas, no que serviremos antes, tudo é feito como se fosse (e é!) presente pra quem chegar.
O VII Barreado de Morretes, repito, foi em homenagem à Teresa, minha afilhada mais nova (sou padrinho de mais de dez!), presente que me deram Clara e Thales.
E já que falei em presente, vou fechar por hoje exibindo pra vocês um dos mais impactantes presentes que recebi em mais de 50 anos. Presente que me foi dado justamente por Thales e por Clara. E antes mesmo da Teresa chegar.
O PRESENTE
Era 17 de maio de 2019, uma sexta-feira.
Chovia pacas, aquela chuva de alagar a cidade.
Thales me convocara na véspera, uns dias antes, pra um almoço no Bar Brasil, na Lapa. precisava falar comigo. Eu não sou de negar convite de amigo meu, de amiga minha, quando vem com um preciso falar contigo, então, é lei. E lá estava eu quando chegou o Thales, logo depois a Clara. Ela, grávida, sem beber, chegou quando eu e ele já estávamos no terceiro ou quarto chope.
Não demorou muito e eles sacaram de uma bolsa uma garrafa de gin, um envelope e de dentro do envelope a carta-convite cuja foto está abaixo. Vocês leiam e eu sigo depois.
Eu não sei vocês, mas me acabei de chorar relendo-a agora.
E foi assim, lá na hora.
Num truque que aprendi com Fausto Wolff, ali mesmo, no Bar Brasil, pra não pagar tanto mico diante dos dois, pedi uma dose de steinhäger alemão, mais um chope, e virei tudo num gole só pra aplacar a emoção que me tomou de assalto.
Que tomou a Morena de assalto, já que mandei exatamente essa foto pra ela.
Clara e Thales (são meus compadres, abaixo, foto tirada naquele 17/05/2019) sabem - caso não saibam, saberão agora - o quanto foi impactante receber o convite.
E a vida, ela sempre cheia de ironia, fez com que eu não estivesse no Rio na hora que Teresa nasceu. Eu estava em Maceió, a trabalho. Soube pela Morena, que me deu a notícia encaminhando pra mim uma carta que ela havia acabado de mandar pra Clara, pelo celular, escrita pra Teresa.
Carta, aliás, que me fez chorar de novo, às escâncaras, no aeroporto, esperando a hora do embarque de volta pro Rio.
É tudo, e será sempre assim, por amor.
Cozinhar e fazer amigos - e trazer os amigos pra comerem junto -, eis dois dos nossos maiores delírios (falo por mim e também por ela).
Até.
Podemos continuar o papo (e você pode saber mais sobre mim, nessa exposição permanente que são as ~redes sociais~) no Twitter | no Instagram | ou no YouTube
Dúvidas, sugestões, críticas? É só responder esse e-mail ou escrever para edugoldenberg@gmail.com
📩 Se você gostou do que viu aqui e ainda não assina a newsletter, inscreva-se no botão abaixo e receba por e-mail, uma vez por semana, sempre aos sábados, o Buteco do Edu. E se você achar que algum amigo ou alguma amiga pode se interessar pelo papo de botequim, encaminhe esse e-mail, essa newsletter, faça correr mundo esse balcão virtual.